Apesar do dia ensolarado, acordou na escuridão, literalmente de costas para o sol e com raiva do mundo.Gritou como um louco com quem não devia, reclamou da vida e remoeu seus fracassos, mesmo sabendo que o tempo não regride e que seria melhor descarregar o fardo da mente e da alma e seguir em frente da melhor maneira, aproveitando somente o aprendizado.
Limitou-se a culpar os outros pelos seus enganos e não fez a análise devida, inserindo-se como pessoa principal na escolha da trajetória que escolheu para viver. Em nenhum momento, se lhe atribuiu os erros, pois é mais fácil não se envolver consigo mesmo, não se responsabilizando assim pelos resultados.
Difícil interferir quando a escolha é abdicar do presente para chorar o passado sem remédio, culpando outros pelas próprias ações e sem real interesse de trabalhar primeiro para se desconstruir, se reinventar e tentar criar uma maneira de viver em tempo real, sem as sombras do passado.
E assim os dias passam sem ser observados e as oportunidades vão se perdendo, pois o passado se mantem em dia como um filme sem tréguas em preto e branco. Alimentar recordações ruins é como carregar um caixão muito pesado, que não cabe nas costas e dói na alma. É preciso muita força para crer em novos tempos sem trevas, apagar o passado de vez e esperar por novos dias de sol e se livrar da escuridão.
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